Q. Como as pessoas chegam a Auroville?

R. Em sua maioria, as pessoas ouvem falar de Auroville por meio de amigos ou por artigos de imprensa, vídeos, filmes ou programas de TV em seus países de origem. Então, elas costumam escrever em busca de mais informações, ou vem para uma visita. Se estiverem convencidas de que é um projeto em que querem estar diretamente envolvidas e contribuindo para ele, elas então contatam o Grupo de Entrada e começam o processo de ingresso.

Q. Qualquer pessoa pode ingressar em Auroville?

R. Sim, desde que elas venham com a motivação certa. Não há discriminação contra requerentes com base em nacionalidade, raça, crença, classe, fundo religioso ou em outros critérios. Todos os requerentes iniciais são tratados igualmente. Entretanto, se no curso das discussões com o Grupo de Entrada, ou como resultado de atitude ou comportamento subsequentemente observado, se tornar aparente que alguém não se adéqua a uma vida em Auroville, usualmente será pedido para que aguardem por um tempo. Após isso ocorrer, eles podem se recandidatar em uma data posterior, quando estiverem mais preparados ou adequados para a aventura de Auroville.

Q. Qual é a relação de Auroville com as aldeias locais?

R. A maior parte é de uma natureza prática, baseada no trabalho realizado por e com os aldeões dentro de Auroville. Há pelo menos 5000 aldeões que vem para trabalhar todos os dias para as estruturas, unidades, construções, etc. de Auroville. Ao todo há um bom relacionamento, com muito respeito mútuo. Auroville está inextricavelmente envolvida com as aldeias, e sabe-se que ela não pode crescer independentemente delas, mesmo se assim desejasse, o que definitivamente não é o caso. Enquanto isso, uma compreensão a respeito de Auroville está firmemente crescendo, especialmente entre as gerações mais jovens.

Q. Como vocês resolvem as ‘diferenças’ ou conflitos dentro da comunidade?

R. Muitos problemas internos são tratados pelo Conselho Executivo, mas também há várias pessoas habilitadas em resolução de conflitos, que podem ser chamadas quando necessário. Para diferenças que afetam os aldeões locais há um ‘Grupo de Ligação com as Aldeias’. A maioria é de amigos ou de vizinhos que se envolvem em problemas menores e que tentam resolvê-los de uma maneira amigável. O uso de tribunais ou de arbitragem para outros que vem de fora é considerado inaceitável e para ser evitado se possível.

Q. Há aurovilianos ricos e pobres?

R. Sim, mas isso não deve ser visto como necessariamente uma coisa ruim ou como um problema que precisa ser resolvido.

Q. Auroville às vezes é acusada se ser neocolonialista?

R. Muito raramente; a maioria por ocidentais que sabem pouco a respeito de Auroville e como ela funciona, e igualmente pouco a respeito da era colonial. Para temas a ser considerados nesse contexto, veja o documento no fim desta página.

Q. Vocês todos se dão bem juntos?

R. No todo, sim, mas, naturalmente, nós temos as nossas diferenças de tempos em tempos, assim como os seres humanos em qualquer lugar. Tentamos evitar que quaisquer questões nos dividam seriamente, e tomamos passos com consciência para resolvê-las amigavelmente quando elas surgem, por meio de especialistas de ‘resolução de conflitos’ ou de uma reunião coletiva. A ‘cola’ que finalmente nos liga conjuntamente e nos ajuda a ultrapassar tais diferenças é sempre a nossa aspiração compartilhada para perceber o ideal de Auroville juntos. Enquanto isso, uma boa dose de humor ajuda a nos darmos bem também.

Q. Vocês realizam cursos de yoga em Auroville?

R. Em Auroville, a palavra ‘yoga’ invariavelmente se refere à Yoga Integral de Sri Aurobindo. Nessa yoga, em particular, cursos ocasionais ou aulas são ministradas no Savitri Bhavan no centro da cidade. Assim como para ‘hatha yoga’, aulas regulares são ministradas em lugares como Quiet , Pitanga Hall, Verite', Arka... que estão abertos a todos os aurovilianos e aos Recém-chegados, além de hóspedes e visitantes sob pagamento de uma contribuição (sujeito a vagas limitadas). De tempos em tempos mais estudos semanais intensivos são organizados.

Q. Vocês têm problemas inter-raciais em Auroville?

R. Não. Os poucos problemas que surgem de tempos em tempos envolvendo ocidentais e os tâmeis locais não têm nada relacionado com diferenças raciais. Invariavelmente, eles ocorrem de questões que surgem dentro de qualquer sociedade normal, tais como desentendimentos, invasões de terras, o não pagamento de dívidas, falhas ao entregar mercadorias ou ao fazer o trabalho corretamente, comportamento inaceitável, etc.

Q. Vocês têm idosos em Auroville?

R. Sim, há pelo menos 15 pessoas com mais de 70 anos, sendo que os mais velhos têm mais de 80. Eles continuam a trabalhar e são ativos dentro da comunidade, e são amplamente respeitados e apreciados por seus companheiros aurovilianos. Não há ‘lar de idosos’ em Auroville; Arka propicia algumas instalações, e uma estrutura apropriada está sendo construída agora.

Q. Como vocês cuidam daqueles em casos terminais?

R. O Centro de Saúde de Auroville tem uma instalação para pacientes internados, que permite aos gravemente doentes ou aos casos terminais serem profissionalmente cuidados dentro da comunidade, embora muito dos cuidados e da ajuda necessária seja fornecida por companheiros aurovilianos que são amigos ou que sentem chamados a apoiar a pessoa com problemas. No falecimento de um auroviliano, todo esforço é feito para manter os seus restos mortais em Auroville, seja em forma de cinzas após a cremação ou por meio de um enterro em uma área destinada para esse propósito no assentamento de Adventure.

Q. Pode-se usar e-mail ou internet em Auroville?

R. Sim, há instalações públicas em diversos pontos da cidade, instalações especiais na edificação da Cozinha Solar, em Arka, wireless livre na Prefeitura, e conexões wireless em muitas cafeterias e restaurantes.

Q. As pessoas se casam em Auroville?

R. Todos são livres em Auroville para seguir as suas próprias inclinações. Muitas pessoas chegam como casais casados, naturalmente; mas, os residentes também, de tempos em tempos, decidem se casar. Certamente, isso é mais comum entre aurovilianos tâmeis, cuja cultura é fortemente orientada para o casamento e que tradicionalmente coloca um estigma em qualquer outra forma de relacionamento. Não há prescrições ou tendências que digam respeito ao aspecto do casamento ou a relações semelhantes ao casamento.